ASSISTA: Movimentos de Mulheres fazem protestos na Câmara pela cassação do vereador Domingos Paz



A Câmara Municipal de São Luís tem sido palco de muitos embates neste ano de 2023. Na manhã desta segunda-feira (18), não foi diferente. Mulheres representantes de movimentos feministas estiveram por lá, e fizeram um momento de repúdio e pedido de afastamento com cassação do vereador Domingos Paz (Podemos), cerca de 18 entidades do movimento de mulheres do Maranhão marcaram presença. Houve até embate com o vereador Chaguinhas, que se absteve por motivos particulares de participar de uma das comissões que devem investigar o caso.

Domingos Paz é acusado de abuso sexual e estupro por várias vítimas que o denunciaram à mesa diretora da Câmara e à Justiça estadual. Paz nega, diz que tudo se resume a uma perseguição política que tem por objetivo tirar seu mandato, e sujar sua reputação política na área Itaqui-Bacanga, seu reduto eleitoral.

A última vítima citada pela vereadora Silvana Noely teria 12 anos de idade e procurou a Delegacia de Proteção à Criança e Adolescente.

Na semana passada, a vereadora Silvana Noely (Mais Brasil) voltou a apresentar novas denúncias contra Paz. Silvana é presidente da comissão de Assistência Social, Mulher e Direitos Humanos da Câmara de São Luís Encaminhou pedido de investigação para a Procuradoria da Mulher, Mesa Diretora e Comissão de ètica da Câmara, presidida pelo vereador Beto Castro. 

Durante a movimentação intensa de hoje o novo relator do caso vereador Aldir Júnior falou à TV Itaqui-Bacana e informou que deve dar celeridade ao processo de investigação do caso.


"Eu tô muito tranquilo, eu sei já tenho conhecimento de tudo que está acontecendo, não vou expor aqui por questão de segurança, questão judicial, para não atrapalhar as investigações. Mas voltarei aqui, assim como venci esta aqui que me acusaram o ano inteiro e foi transitado, julgado e inocentado, da mesma forma eu vou apresentar esse outro resultado como eu sou de fato vítima de uma perseguição tamanha", disse o vereador assim que a denúncia apareceu. Na manhã desta segunda-feirs, o vereador estava em plenário mas não se manifestou, preferiu o silêncio.





FÓRUM MARANHENSE DE MULHERES


“A tomar conhecimento da violência praticada pelo Vereador Domingos Paz (Podemos), nos surpreendemos com o silencio da maioria dos vereadores e vereadoras desta casa. É inaceitável que assédios e estupros de vulneráveis por sucessivos anos praticado pelo Vereador Domingos Paz (Podemos), conforme denúncias das vítimas, passem despercebidos pelos pares. Esse comportamento reflete uma sociedade patriarcal que ainda tem muito a caminhar para garantia plena dos direitos das mulheres. A violência contra a mulher é banalizada, não raro, atribuída a culpa à própria vítima. Uma cultura misógina que o Fórum Maranhense de Mulheres luta diariamente para desconstruir”, relata o documento.

“Pelo exposto, Nós mulheres do Fórum Maranhense de Mulheres, e entidades abaixo assinadas, exigimos uma tomada de posição urgente deste Legislativo. Solicitamos que a violência sofrida por mulheres e meninas, pelo Vereador Domingos Paz (Podemos) seja analisada pela Comissão de ética da Câmara de Vereadores de São Luís ao tempo em que pedimos a cassação do referido vereador e, medidas de reparação às vítimas”, relata o documento.

Além do Fórum, o referido é assinado pelo Grupo de Mulheres Negras Mãe Andresa; Conselho Estadual da Mulher; Conselho Municipal da Condição Feminina; Coletivo de Mulheres do Maranhão Ieda Batista; Partido Socialista dos Trabalhadores Unificado – PSTU; União Brasileira de Mulheres; Fórum de Mulheres de Imperatriz; Secretaria Estadual de Mulheres do PT; Articulação de Mulheres Brasileiras; Secretaria Municipal de Mulheres do PT; Ação Mulher Trabalhista; Central Sindical e Popular- CSP CONLUTAS; Grupo de Estudos e Pesquisas – GERAMUS; Secretaria Estadual de Mulheres do PSB/MA; Coletivo de Mulheres Ciganas Tsara Calin; Instituto Pedra Rara; Rede de Mulheres Negras – REMNEGRA; Sindicato dos Assistentes Sociais do Maranhão; Secretaria Estadual de Mulheres do Cidadania; Movimento de Mulheres Olga Benário; Movimento Correnteza; Coletivo SOMOS/São José de Ribamar; Associação de Donas de Casa de Imperatriz; Associação de Mulheres do Pq Amazonas e Adjacências; Instituto Mulheres Resgatando Vidas e Rompendo em Fé; Mulheres e Meninas de Caxias- MUC; Instituto Projeção para Mulheres; Desperta Mulher Brasileira; Unidos Pelo Vale LGBT (UPV LGBT) / Santa Inês; Mulheres Lésbicas e Bissexuais do Maranhão (MLÉSBIMA); Coletivo por Elas Empoderadas; AMAVIDA-Assoc. Maranhense para a Conservação da Natureza; Centro de Formação para a Cidadania; Comunidades Eclesiais de Base; Coletivo de Mulheres com Deficiência do Maranhão; Sindicato dos Trabalhadores dos Correios; Grupo Consciência Negra; Instituto Ingrit Oliveira; Associação dos Jovens do Estado do Maranhão; Grupo de Estudos e Pesquisas sobre Gênero e Sexualidade nas Práticas Educativas; Coletivo de Mulheres da Cidade Olímpica; Associação de Mulheres do Bacuri e Adjacências; Pastoral da Mulher; UNEGRO; Unidade Popular pelo Socialismo UP; Mulheres em Movimento da Regional Cidade Operária/Cidade Olímpica; Grupo de Estudos Pedagógicos; Coletivo de Mulheres Trabalhadoras Rurais do Estado do Maranhão; Centro da Promoção da Cidadania e Defesa dos Direitos Humanos Pe.Josimo; Fórum Estadual de Mulheres de Organismos de Partidos Políticos; Movimento Mulheres em Luta; e Movimento Nacional Quilombo Raça e Classe.

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