Soldado da PM é preso acusado de participar da chacina de três jovens na zona rural de São Luís


Hamilton Caires Linhares teve prisão temporária decretada nesta segunda-feira (7). Ele foi preso e encaminhado para a sede do Comando-Geral da Polícia Militar em São Luís.


O policial militar Hamilton Caires Linhares foi preso na manhã desta segunda-feira (7) por suspeita de participação no triplo homicídio dos três jovens na localidade Mato Grosso/Coquilho, na zona rural de São Luís.


De acordo com o secretário de Segurança Jefferson Portela, testemunhas relataram à polícia que o PM era conhecido na região. Após os depoimentos, a polícia pediu ainda no domingo (6) uma representação pela prisão temporária por 30 dias, do policial Hamilton Caires Linhares. Ele foi preso e encaminhado para a sede do Comando-Geral da Polícia Militar em São Luís.


Ao chegar na manhã desta segunda a sede da Companhia de Operações Especiais (COI), onde trabalha, o policial Hamilton já estava acompanhado com seu advogado. A arma dele foi apreendida e será submetida a análises.

Joanderson da Silva Diniz, 17 anos; Gustavo Feitosa Monroe, 18 e Gildean Castro Silva, 14 anos, foram encontrados mortos na zona rural de São Luís.

As primeiras investigações apontam que os três jovens teriam sido perseguidos no interior do condomínio ‘Minha Casa, Minha Vida’, pela equipe de vigilância do local. Segundo o delegado Lúcio Rogério Reis, da Superintendência de Homicídios e Proteção a Pessoa (SHPP), as vítimas teriam sido cercadas em uma área de matagal e um disparo teria sido ouvido.


Os depoimentos das testemunhas afirmaram que os jovens estavam indo para uma área de banho próximo ao condomínio. Não existe comprovação eles teriam envolvimento com algum delito. Os mesmo estavam desarmados e foram executados com as mãos na cabeça, além de serem observados hematomas, que podem indicar tortura antes das execuções.


A equipe de vigilância do local já vinha tendo uma série de conflitos com os moradores da região, que usavam as dependências do condomínio para ter acesso ao mangue, de onde também tiravam caranguejos.


Com a prisão do PM, a polícia espera identificar e prender os outros envolvidos nessas execuções.




Triplo assassinato


Os jovens Gildean Castro Silva, de 14 anos, Gustavo Feitosa Monroe,18, e Joanderson da Silva Diniz,17, foram assassinados em uma região de mato no bairro Coquilho, zona rural de São Luís. A princípio, segundo a polícia, todos foram mortos por arma de fogo com tiros na nuca. A primeira suspeita é de que vigilantes de uma área de construção da região teriam cometido o crime.


Os corpos de Gustavo Feitosa Monroe e Joanderson da Silva Diniz foram enterrados na manhã de sábado (5) e Gildean Castro Silva foi enterrado à tarde no cemitério que fica localizado na própria comunidade do Coquilho.


No sábado (5), o Secretário de Segurança Pública, Jefferson Portela, afirmou que pelo menos dois policias possuem ligação com os vigilantes da empresa.


“Foi um crime bárbaro pelo modo vil como foi praticado contra os adolescentes. Nós já temos nomes de todos que estavam próximos ao local dos fatos e essas circunstâncias serão todas apontadas pelo inquérito policial em curso na Superintendência de Homicídios. Hoje tivemos mais dois nomes colhidos aqui no local que são de policiais em ligação com os vigilantes da empresa, agora resta definir o ato da execução dos homicídios contra os adolescentes. Ontem foram ouvidos muitas pessoas e outras estão sendo ouvidas agora na Delegacia de Homicídios, de modo que nas próximas horas nós possamos apontar a autoria do crime”, explicou.


De acordo com o resultado das primeiras investigações, pelo menos dois policias possuem ligação com os vigilantes da empresa.


“Dois policiais têm ligações diretas com os serviços de vigilância, ou seja, possuem envolvimento com os vigilantes. Se isso importa na participação do crime só será definido no curso do inquérito policial. Há ligação dos policiais com eles e a presença de um policial no dia do fato, é algo comprovado e que precisa ser configurado dentro do inquérito policial para definir se ele tem participação nas mortes. Eu acredito que em horas nós vamos identificar essa autoria e a questão de prisão passa ser agora algo de provimento judicial”, acrescentou o secretário no encontro com a comunidade.

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